"Poor is the man whose pleasures depend on the permission of another"

5/25/2009

Anjos e Demônios


Fui ver o "Anjos e Demônios" na semana da estréia aqui em BSB. Eu comecei a ler o livro e parei na metade. Achei muito massante. Bem, vamos falar do filme: muito bem produzido, Tom Hanks é sinônimo de uma atuação competente, enfim, é o tipo de filme que exala milhões de dólares. As locações e cenários belíssimos do Vaticano são um show a parte. Prá quem gosta de cinema, como arte&indústria é um prato cheio.

Já a estória... bem...

Sou uma leitora assídua. Leio muito e de tudo, estou sempre lendo. Romances, na maioria. Leio um pouco sobre filosofia, história e teologia que são assuntos do meu interesse, mas na maioria do tempo leio ficção. Li o "Código Da Vinci" em um dia. Achei, como enredo, original, empolgante, o tipo de livro que prende o leitor. Muitos vão dizer que é como Paulo Coelho, só serve para o leitor de nível médio. Uma literatura medíocre, etc, etc. Mas sou da opinião de que os "best sellers" são sempre crucificados pelos "prêmio nobel", quase sempre por uma grande porção de soberba e uma pequena porção, bem escondidinha, de inveja. Dois pecados perfeitamente compreensíveis.

Mas sendo o Paulo Coelho ou o Dan Brown, sou da mesma opinião: boa literatura é aquela que as pessoas gostam. Se vende e faz sucesso, dane-se a crítica! Todo esse papo prá dizer que não sou uma intelectualóide preconceituosa. Sou uma apreciadora de literatura e, sobretudo, uma ávil consumidora de estórias, seja na forma de cinema ou de livros. Mas, vendo o segundo filme, eu fiquei com a pulga atrás da orelha.

Atenção, se não viu o filme, ou não leu o livro, pare de ler aqui
!


A fórmula da coisa é quase igual a do primeiro filme (ou segundo livro na cronologia correta), só muda o pano de fundo. Isso me decepcionou bastante... Tem uma Gostosa, um crime, um segredo e no final (............) tudo acaba na mesma MERDA, com o perdão da má palavra. Quem parecia bandido não era, quem parecia mocinho, na verdade era sujo, tudo igual. Ah, e o que torna tudo ainda mais banal: o grande segredo, mais uma vez, não é revelado e o mundo segue igual e sem nenhuma mudança. O povo continua sendo um bando de ignorantes e o grande segredo, que mudaria o curso da história da humanidade, continua escondido na mão de uns poucos privilegiados, ah, entre eles o super Prof. Robert Langdon.

Eu acho esse cara um bundão! Ele sabe das coisas e fica lá, vivendo a vidinha de prof universitário dele... Ora Roberto, faça alguma coisa!!!!!

Esse tipo de enredo, onde existe um grande segredo e este segredo, no final, não é revelado, é muito fácil de contar. O mundo permanece igual, nada muda, é como se fôssemos todos incapazes de lidar com as grande mudanças. Como se a humanidade fosse um bando de criancinhas adotadas ou doentes, que precisam ser protegidas. OMG! Eu prefiro a verdade!

Um bom enredo é aquele que parte de uma grande descoberta e descreve uma realidade alternativa. Aquele que conta como é o mundo depois de uma quebra de paradigma. Como o homem lidaria com um grande salto de conhecimento? Como seria nossa vida se uma verdade absoluta, tida como irrefutável, fosse, irrefutávelmente, desmentida? E se Anjos e Demônios vivessem entre nós? Sem se esconder, como membros de nossa sociedade? Como ficaria nossa percepção do que é divino e do que é humano?

Perguntas, perguntas.... vamos lá escritores! Eu quero as respostas!

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