"Poor is the man whose pleasures depend on the permission of another"

7/10/2008

First Impressions

Eram umas 9 da noite... afinal atrasos acontecem, o tempo todo. Fora meu habitual medo de voar, tudo normal. Voo ótimo, nenhuma sacudida. Na verdade, nenhuma sacudida nem do lado de fora, nem do lado de dentro. Eu estava calma, como se minha vida fosse um filme.

Eu via as luzes do aeroporto e elas nunca me pareceram tão distantes, tão irreais. Nem senti o pouso. Pela primeira vez na minha vida, não senti o avião tocar o chão.

Mas quando o comandante anunciou que estávamos (enfim, depois de 4 horas de atraso, finalmente) aqui, me senti.... digamos.... em pânico (é, em pânico é uma boa palavra). E aí houve choro, como sempre... lágrimas e lágrimas de sei-lá-o-quê derramadas no escuro cantinho que eu ocupava no avião. Foi só lembrar da carinha da minha mãe na hora em que eu saí... lá se foram anos e anos de treino prá uma situação como esta. A sensação de estar, pela primeira vez em 29 anos de vida, pulando no escuro. O frio no estômago que só se sente quando a vida é 100% oportunidades, incertezas e.... droga eu tenho q dizer: medo.

Oras, por acaso já estiveram casados por 4 anos, depois descasados (lê-se não vivendo sob o mesmo teto) por 9 meses e depois casados de novo??? Acreditem, é uma experiência. Readaptação é a palavra. Vamos ver o que rola.

Claro que outras coisas passam pela cabeça: a vida profissional em "pause"; a cidade onde só se anda de carro prá quem não dirige é um pesadelo; no friends; no family, no forniture; enfim, um turbilhão pensamentos apavorantes.... tive bastante tempo prá me recuperar, a esteira de bagagem demorou 40 minutos prá começar a funcionar. E ele estava lá... grudado no vidro, me abanando que nem criança e com um sorrisão capaz de alegrar o mundo. É muito engraçado quando a gente se dá conta do que a gente sente falta, de verdade. No meu caso, era o cheiro, aquele cheiro familiar que faz a gente estar em casa. O cheirinho dele, mais o meu: cheiro de "até que enfim!!!"

Malas no carro, saímos do Aeroporto. E aí eu, finalmente, olhei para o céu. Fazia um mês e meio que eu não via um céu taãão lindamente limpo. E, certamente, era a primeira vez na minha vida que eu via um céu tão grande. É difícil explicar. Não sei se é a altitude maior ou os prédios mais baixos. O ar seco faz com que não haja nuvens, nenhuma sequer. E a lua, nossa a lua é impressionante. Ela estava lá o tempo todo, e parece que saiu, em toda sua beleza, só prá me receber. Ela estava lá rindo prá mim. E me dizendo "boa sorte, você está no lugar certo. É aqui e agora que começa a grande aventura".

Um comentário:

Luciana Grings disse...

Boa. Bem-vinda à nova vida...

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L e i a , r e f l i t a , c o m e n t e ...

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