Todo mundo tem vontades absurdas. Coisas que a gente sabe que são impossíveis mas que, mesmo assim, a gente pensa "cara, ia ser tão bacana se a gente pudesse fazer isso" como o teletransporte, por exemplo... todo mundo me diz que é impossível, mas eu adoro pensar como seria legal entrar em uma máquina aqui e ir parar no colo da minha mãe, assim [estalar de dedos]! Sem passar por esse saco que é aeroporto nessa época e tals...
Tá, mas e as pessoas com isso? Poizé!
Uma das minhas vontades absurdas era ser um escafandrista... isso. Sempre penso nas pessoas como o mar ou um lago. Sabe aquela superfície, aquela lâmina d'água que a gente enxerga? Ela é só o que aparece, a parte que todo mundo vê. Tem muito mais. E, na maioria das vezes, não tem como saber o quê... Agora vc entra, com aquela voz de quem sabe tudo e me diz "Anelise, eu conheço muito bem, fulano, fulano e fulano. Eles não me enganam, não!!!"
Enganam, sim! E bem!
Não estou dizendo que vc não dê uma nadadinha por lá. Mas, meu bein, vc usa, com sorte, um snorkel... Acho que faz parte do sucesso nas nossas relações ter consciência disso. De que não, não conhecemos ninguém. E, pensando bem, é uma pressão e tanto conhecer alguém muito bem. Acreditem, sei bem do que estou falando...
Mas tem pessoas... ahhh, tem pessoas que dá vontade! Pessoas que eu queria, muito muito, ser um escafandrista e ir lá. Entender o que se passa. Saber o pensamento que está por trás de cada frase... gente que não se pode ler, sabe? Geralmente, o ser humano é legível de alguma forma. Mas tem gente... que tu jura que cada frase tem uma OUTRA intenção por de trás. Não tô falando de gente "evil", cínica ou dissimulada. Tô falando só daquelas pessoas que tem aquele olhinho esperto. Aquele olhinho que dá uma breve noção de tudo o que se passa, prá, meio segundo depois, ficar inocente. Essas pessoinhas...
Queria ser um escafandrista. Colocar o meu traje, para que a pressão não me prejudicasse, e dar uma boa olhada no que tem lá...
Um comentário:
Bom, seguindo a ordem: li, refleti e agora comento. Esse título me chamou a atenção por remeter ao livro "O Escafrandro e a Borboleta" (se ainda não leu, aqui vai a sugestão), que de certa forma não tem nada a ver com o post. Mas, o fato é que, no livro, o personagem (e autor) estava preso dentro de si por uma condição física, sem o contato com o exterior, como se estivesse preso num escafandro olhando a vida à distância. A ideia de ir ao cerne da personalidade e, por que não, da alma de alguém apesar de atiçar minha curiosidade, à flor da pele, me traz certo receio (do desconhecido, óbvio). Imagina saber tudo sobre alguém. Acho que talvez se perderia o interesse em compreender as razões de certas atitudes e a espontaneidade. Mesmo assim, é uma ideia fascinante.
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