"Poor is the man whose pleasures depend on the permission of another"

6/14/2009

Fim do mundo


Venho pensando no fim do mundo. O apocalipse está presente em praticamente todas as culturas da humanidade, vestindo variadas alegorias, mas sempre com a mesma essência: tudo acaba.

Isso tem uma explicação bem simples. Todos vivemos ao longo de nossas vidas mini-apocalipses. Nossas certezas mais inabaláveis, em certo momento se estabacam no chão, de uma maneira tão óbvia que nos deixam perplexos. Nosso mundo era hermético e certo, e agora não existe mais.

Acontece quando as pessoas que a gente conhece desde que nasceu (desde sempre, pois nossa vida é o nosso sempre) começam a morrer. E a gente se lembra bem de cada detalhezinho que fazia daquela pessoa um ser único, de cada pequeno gesto que nunca mais veremos. Hoje faleceu uma tia, tia da minha vó, na verdade. Bem velhinha e com uma vida bem vivida. Mas pensar que nunca mais ouviremos aquela voz e que nunca mais sentiremos aquele cheiro, daquela pessoa, é um pequeno fim do mundo que nos acomete.

Quando um pai fica doente. Aquela figura poderosa, que sabe tudo e que é imbatível... que nos cuida quando adoecemos, que nos sustenta, provê, que nos livra dos perigos e que tem todas as respostas e que está sempre certo!!! Como pode aquela pessoa, que sabe tudo e pode tudo, ter a coragem de adoecer, de nos deixar cuidar dele??? É outro pequeno apocalipse que enfrentamos com o tempo. Os pais não são imortais, não são perfeitos, não são invencíveis. Eles têm medo, tem medo de perder um ao outro. Eles sofrem. E nós, meros filhos, temos que virar adultos e apoiá-los. Temos que desenvolver a força deles de um minuto para o outro e fazer o papel de fortes, de invencíveis...

Nosso mundo muda muito rápido, nossas certezas desaparecem no ar. O tempo é o principal mensageiro de todos os apocalipses...

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