"Poor is the man whose pleasures depend on the permission of another"

12/22/2008

:: Ser um portoalgrense ::


Estou rumando na páscoa para Porto, e relendo textos antigos. Esse eu achei num e-mail do meu irmão de 2004. Mas é isso aí. Bah, trí bom ser de Porto. Principalmente quando a se passa um tempo fora. A gente fala meia frase e a criatura te olha com o canto do olho, abre o sorrisão e diz: "você é do sul, né?". Uma delícia!

Texto recebido e enviado por e-mail.


Todo portoalegrense:

1. Divide o domingo entre antes e depois da "passadinha no Brique" ou no "Parcão".
2. A partir de julho, o Porto-alegrense pára de comprar livros para aproveitar os descontos e os balaios da Feira do Livro.
3. Odeia o muro da Mauá.
4. Fala mal das praias gaúchas, mas nunca recusa convite para passar o fim de semana em Imbé ou Atlântida.
5. Desfila, em qualquer rua de qualquer cidade, com cuia e garrafa térmica como se fosse coisa "trinormal".
6. Ama ou odeia o PT. Não tem meio termo.
7. Acredita que a última batalha não será entre o bem e o mal ou entre a luz e as trevas, mas entre gremistas e colorados.
8. Em uma tarde consegue mostrar todos os pontos turísticos da cidade aos amigos que vêm de fora.
9. Acha que Porto Alegre tem quase todos os defeitos de uma cidade grande e mais algumas desvantagens de uma cidade pequena, mas parte para a briga com qualquer estrangeiro que ouse dizer uma "barbaridade" dessas.
10. Acredita piamente que existe uma comprovação científica para o fato de o pôr-do-sol no Guaíba ser o mais bonito no planeta. Talvez pelo fato do paralelo trinta passar na Rua da República...
11. Chama o carinha ali de "bagaceiro"; come "negrinho" e " branquinho" e ainda compra "cacetinho"!!
12. Diminiu metade das palavras e nem se dá mais conta disso: "Findi", "Churras", "Super", "níver", "refri", "ceva" (essa tem o sinônimo "cerva", também)...
13. Quando quer dizer sim, diz "ã rã", com um jeito típico de Porto.
14. Ama Porto Alegre!

O Porto-alegrês é uma das línguas mais difíceis do "Ocidente" (que não é o hemisfério, e sim um bar em Porto Alegre). Para começar, só existe uma interjeição: "báh!" - que é usada em mais ou menos 462 situações diferentes. Prá complicar, "bah!" tem, também, 497 entonações diferentes: pode ir de um simples "beh!", até um complicado, "pãh!" dependendo do que tu queres dizer.

E tem também as gírias. Porto Alegre é equipada com mais ou menos 15 fábricas de gírias funcionando sem parar. Algumas chegam até a ser exportadas: "viajar na maionese" e "pirar na batatinha", que agora estão na moda no Rio, são faladas há anos, ou em Porto Alegrês, "há horas", que pode ser "há uma data" ou "há uma cara", como em outros lugares.

Outras expressões cruzam a fronteira, mas nunca chegam a serem compreendidas. "Deu prá ti", por exemplo, que é o nome de uma música que fez o maior sucesso no Brasil inteiro. Talvez porque pensaram que "deu prá ti" fosse uma sacanagem quando na verdade só queria dizer "chega!".

Também tem o "trilegal", "há horas ninguém fala trilegal" em Porto Alegre. Se fala "tribom", "triquente", "triafim", "trigente", "trijóia", "triafú"(muito usado), "tri" o que tu quiseres.

Mas nada é mais porto alegrense quanto falar: "tu vai ir?", que muitas vezes fica "tu vai i?", com o "i" bem pronunciado e longo... Repita agora, com sotaque: "Báh, mas tu vai i? Bah, mas se tu for, eu também vou i". É, aqui é o único lugar do mundo onde a gente lava "Os pé" e lava "as mão".

E "deu pra ti, viu guri"!

Nâo há nada melhor do que poder dizer: "Báh, eu sou de Porto"... com sotaque mais cantado possível... e a cara mais orgulhosa do mundo! Porto Alegre é TRILEGAL!!!!

E "sirvam nossas façanhas de modelo à toda terra!".........

12/18/2008

A Felicidade

Texto originalmente escrito em 13 jan 2007. Achei em um caderno antigo e pensei que a minha vida anda tão boa que eu ando desconfiando de novo...



Hoje pela manha eu tive um estalo! Somos ensinados a temer, até mesmo desconfiar, da felicidade. Nossa educação, mesmo que inconscientemente, nos diz que somos essencialmente maus, manchados pelo pecado e que devemos nos sacrificar, sofrer, para purificarmos nossas almas nessa vida e vivermos felizes a vida eterna.

Bem, cheguei a conclusão que, para quem tem outras crenças e outra cultura, o entendimento da vida é bem mais simples. Acreditar que a vida é como uma boa mãe: nossa mãe nunca exigiu de nós sacrifícios, sofrimento; mas sim respeito, disciplina e responsabilidade, nada mais. Acreditar que o mundo é um espelho: tudo o que fizermos de bom volta prá nós. Essa é a receita da felicidade.

Por outro lado, não adianta ficar apático, ou só fazendo bobagem e esperar que a salvação caia do céu. Somos o que construímos e o que fazemos de nós. Estamos nessa vida para sermos falizes, acredito piamente nisso. Mas essa felicidade não é brinde, nem vem de fora, ou do outro. Vem de nós.

Mas, eis o problema: quando somos boas pessoas e a felicidade vem até nós, a recebemos com desconfiança. Achamos que há algo errado, que não merecemos. Por conta disso, afastamos coisas boas e que nos dão prazer. Por culpa. Por acharmos que não merecemos.

Quero viver minha vida de um jeito novo: aceitando e agradecendo tudo de bom. Aproveitando tudo de bom que a vida me dá. E, definitivamente, reclamendo menos.

12/15/2008

Nosso encontro com o Mestre dos Magos...

Não poderia explicar com um texto, cheio de palavras, o que senti naquela noite. Já tinha perdido todas as esperanças, afinal, quem vive mais de cem anos, e fumando ainda por cima??? Que probabilidade de estar com ele na mesma cidade? Uma vez, no Rio, quase bati no escritório dele... o Gabri teve de usar de muita psicologia infantil...

Mas ele, realmente, estava lá. E eu vi o Mestre, assim, de pertinho. Não pedi prá tirar foto junto... não tenho essa capacidade de mundanização. Prá mim, aquele momento, o que eu senti, seria apenas banalizado em uma fotografia. Me limitei a registrar o momento...



Leiam mais no Blog dos nossos amigos arquis...

De novo e mais uma vez, obrigada, Gabri. Foi um maravilhoso presente pelo dia do arquiteto. Te amo...

12/11/2008

música - Beirut - Elephant Gun

Esta música é tema da microssérie Capitu da Rede Globo. Não olho TV, mas a série despertou minha atenção por ser um tele-teatro de grande qualidade, tendo a fotografia refinada, figurinos belíssimos e, claro, a estória genial contada por Machado de Assis (mesmo que em livre adaptação).

A música é linda e o Beirut tem outras belas faixas, que valem a pena serem ouvidas como a bela "Postcards From Italy". Você pode encontrar vários vídeos no youtube.

Enquanto isso, vai ouvindo aí!

Beirut - Elephant Gun
Found at bee mp3 search engine


Abaixo um "show andante" dos caras. O vocalista é um assombro e o som é, no mínimo, instigante. Reparem que ele brinca com a música brasileira "baby" no final do vídeo.




Tem muito mais deles na internet, só buscar!

12/10/2008

mistérios do universo

Eu não consigo realizar na minha cabeça o porquê das pessoas gostarem tanto de futebol. Torcer prá um time então, prá mim é um mistério. Pura incapacidade minha de racionalizar essa coisa tão premente na história da humanidade que é o esporte. Vim morar em uma terra em que as pessoas são malucas pelo "esporte bretão" - maneira chique de descrever aquele monte de homem correndo prá pegar uma bola.

Sábado, cheguei a BSB e fomos jantar em um lugar muito bonitinho, na asa sul. Tinha um jogo, não sei do quê, no dia seguinte. O Gabri me disse q era com o São Paulo - mas presumi que o jogo era em Brasília - e tinha uma galera gritando no bar umas frases ensaiadas, uma gritaria sem tamanho e chamando "Rogério" eu acho, sei lá quem é Rogério. Mas não pense q era só homem não, a mulherada enlouquecida berrava e fazia baderna junto. Pode ser feminismo besta da minha parte, mas sempre espero mais das mulheres, nesse caso...

Pasmem, o tal jogo era só no domindo, A TARDE! Aqui em Brasília só está permitida a venda de cerveja sem álcool nos estádios, acho que os torcedores resolveram ficar tchucos antes, bem antes...

Estava eu lá, matando a saudade do meu amor, e tinha aquela turba berrando. E não tire conclusões precipitadas, não era coisa de "buteco". Era aquele lugar onde a conta de duas pessoas chega a três dígitos, sem muito esforço.

Certo, não tenho nada, especificamente, contra futebol. Verdade mesmo. Mas esse tipo de atitude me dá uma revolta parecida com a que sinto quando as mães largam as crianças prá correr e gritar no térreo do condomínio. Mesma coisa quando a criatura está no ônibus escutando o MP3 do celular sem fone (funk ainda por cima). Entre outros tantos exemplos que nós, os seres civilizados do planeta, podemos dar de como desrespeitar o direito do próximo. Sem remorços, sem desculpas. Simplesmente porque achamos que valemos mais que o outro.

Este post foi um desabafo, é verdade. Falar sobre educação e civilidade, hoje em dia, está difícil. Sempre digo que maloqueirice não tem nada a ver com classe social, é um estado de espírito....

Comente, comente, comente!!!!

L e i a , r e f l i t a , c o m e n t e ...

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